sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Fim de ano, tempo de agradecer...


Mais um ano chega ao fim!
E como não poderia deixar de ser vamos fazer o balanço anual das nossas ações, perdas, provações, conquistas, bençãos e vitórias.
Qual o resultado?
Até aqui nos ajudou o Senhor!
Agradecemos a Deus por este ano de 2011 e embora vivemos períodos de provações, pudemos sentir o refrigério do Senhor nos trazendo força, esperança e perseverança, com a certeza de que o Senhor esteve conosco todos os dias, nos edificando e capacitando. Ele nunca nos abandona. Deus é fiel!
Desejamos a você que 2012 seja cheio da presença de Deus, e que continue sendo fortalecido com todo o poder, segundo a força da Glória de Deus, em toda a perseverança e a alegria.
Aceitemos o desafio de sermos luz no mundo e fazermos a diferença em 2012.
FELIZ 2012...
Com carinho,
Claudia
Dez/2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Perdoar...

Perdão é chave que abre portas. 
Cada esbarrão pode ser transformado num encontro; 
cada trombada, num abraço; cada disputa, numa partilha
A vida é muito curta para ser pequena. Pronunciada por um anônimo senhor de 80 anos, lá de Palmas (TO), essa frase grudou no meu coração. Perguntei para um monte de gente o que se podia aprender com ela. Minha filha fez o melhor resumo: “Curta em relação ao tempo, pequena em relação ao significado”. Um dos amigos de corrida matinal fez a melhor paráfrase: “A vida pára muito rápido para ser insignificante”. Coisa estranha é essa de gente cujo fim da vida tem sobra dias e falta de significado. Imagino que Deus olhe para baixo e me aponte para um anjo: “Veja o Ed René, os dias dele estão se esgotando, mas ainda não fez nem a metade de tudo quanto sonhou”. Imagino também a mesma conversa a respeito de alguém menos ocupado em viver: “Veja o fulano – ainda têm pela frente muitos dias, mas ele se arrasta como um suplicante que já gostaria de ter encerrado a jornada”. Existem aqueles que passam a vida a sonhar, como avião sem trem de pouso, sempre voando, sem conseguir voltar ao chão. A respeito desses tais a gente costuma dizer que vivem no mundo da lua. Há também os que são rasteiros – caminham como burros de carga, pensos, cabeça voltada ao chão, dispendendo as últimas energias para conseguir mais um passo. Maldosamente se comenta a respeito dos tais que já morreram e esqueceram de enterrar. O bom mesmo é sobrar significado na vida, ou como se diz no chavão popular: melhor é acrescentar vida aos seus anos do que anos à sua vida. Mas isso não é para qualquer um. Viver é uma arte, e como dizia Guimarães Rosa, é muito perigoso. Fácil é apequenar a vida. Torná-la grande é quase uma graça, graça dos céus. Parei para me perguntar o que faz apequenar a vida. Ouvi sugestões de muita gente. A mágoa, o ressentimento, e a incapacidade de perdoar, por exemplo, apequenam a vida. Quando alguém não é bem-vindo no nosso coração, tudo que nos faz lembrar a pessoa passa a ser evitado ou fazer mal. Por causa disso, a gente deixa de ir em festa, freqüentar determinado restaurante, ouvir aquela música e acaba jogando um monte de CD e livro fora. Ah, e rasga fotos lindas. A vida fica pequena. Gente, além de fazer falta, é indispensável. Quando esses sentimentos ruins dão as mãos para o desejo de vingança, então, a vida fica tão pequena que parece uma gaiola. Dá arrepios só de pensar. O medo também faz apequenar a vida. Geralmente o medo aparece quando a memória encontra um arquivo danificado: uma experiência do passado mal resolvida. Cada vez que a gente se vê numa situação semelhante, a memória emocional apita e o medo aparece piscando suas luzes amarelas e lançando gás paralisante para todo lado. O medo do fracasso, da rejeição ou do sofrimento. Por causa do medo a gente perde oportunidades, rejeita ofertas irrecusáveis, evita abrir o coração, vive dizendo mais não do que sim. A culpa, então, essa sim faz apequenar a vida. Culpa pelo que foi feito e pelo que não foi feito. Culpa falsa e culpa verdadeira. A culpa por frustrar o desejo dos outros, por não conseguir alcançar o padrão estabelecido, ou a mais simples – a culpa por ter feito uma tremenda besteira. Besteira grande tem conseqüências irreversíveis. Os efeitos não são necessariamente ruins, mas porque são resultado de besteiras, geralmente convivemos mal com as tais conseqüências, pois nos lembram sempre das besteiras que a elas deram origem. Culpa das grandes são aqueles que feriram pessoas que amamos. Parece impossível tirar da memória a dor do outro, e seríamos capazes de quase qualquer coisa para voltar ao passado e fazer a curva uma esquina antes. Mas não dá. Como ouvi de uma amiga, a vida é muito curta e não dá tempo de passar a limpo. De fato, não dá para apagar as partes que a gente não gostou e transcrever somente as partes boas. A vida é assim; vai adiante com tudo, luzes e sombras. E alguma escuridão. O labirinto construído pelo ressentimento, o medo e a culpa é quase sem solução. A maioria das pessoas fica rodando lá dentro, batendo a cabeça nas mesmas paredes e repisando o mesmo chão. Isso significa que ficam reforçando as mesmas emoções, consolidando os mesmos sentimentos e afundando ainda mais os sulcos da pele que desenham o sofrimento. São eles que deixam a pequenez da vida estampada na cara. Minha vivência pastoral me ensinou que quase todos os conflitos vividos dentro deste labirinto podem ser resolvidos por uma só palavra: perdão. Perdoar quem nos feriu. Perdoar quem nos traiu. Perdoar quem nos rejeitou. Perdoar quem usurpou partes da nossa vida. Perdoar quem não nos aceitou. Perdoar quem nos exigiu demais. Perdoar quem nos exigiu de menos. Perdoar quem desistiu de nós. Perdoar quem nos rogou praga. Perdoar quem fez sofrer as pessoas que a gente ama. Enfim, perdoar um montão de gente, e principalmente, perdoar a nós mesmos. O problema não é apenas que a vida é muito curta. O espaço de viver é muito estreito. A gente se esbarra o tempo inteiro. E a maioria dos esbarrões tende a nos fazer apequenar a vida. Por isso, o perdão é uma chave que abre portas e nos remete a horizontes cada vez mais ilimitados. Cada esbarrão pode ser transformado num encontro. Cada trombada num abraço. Cada disputa numa partilha. Cada caminhada numa excursão. E se é verdade que uma andorinha só não faz verão, só compartilha o céu quem oferece perdão.
Autor: Ed René Kivitz 

Exortação à Santidade


2 Crônicas 15
As reformas religiosas de Asa
1Veio o Espírito de Deus sobre Azarias, filho de Odede. 2Este saiu ao encontro de Asa e lhe disse: Ouvi-me, Asa, e todo o Judá, e Benjamim. O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele; se o buscardes, ele se deixará achar; porém, se o deixardes, vos deixará. 3Israel esteve por muito tempo sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei. 4Mas, quando, na sua angústia, eles voltaram ao Senhor, Deus de Israel, e o buscaram, foi por eles achado. 5Naqueles tempos, não havia paz nem para os que saíam nem para os que entravam, mas muitas perturbações sobre todos os habitantes daquelas terras. 6Porque nação contra nação e cidade contra cidade se despedaçavam, pois Deus os conturbou com toda sorte de angústia. 7Mas sede fortes, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra terá recompensa. 8Ouvindo, pois, Asa estas palavras e a profecia do profeta, filho de Odede, cobrou ânimo e lançou as abominações fora de toda a terra de Judá e de Benjamim, como também das cidades que tomara na região montanhosa de Efraim; e renovou o altar do Senhor, que estava diante do pórtico do Senhor. 9Congregou todo o Judá e Benjamim e também os de Efraim, Manassés e Simeão que moravam no seu meio, porque muitos de Israel desertaram para ele, vendo que o Senhor, seu Deus, era com ele. 10Reuniram-se, em Jerusalém, no terceiro mês, no décimo quinto ano do reinado de Asa. 11Naquele dia, ofereceram em sacrifício ao Senhor, do despojo que trouxeram, setecentos bois e sete mil ovelhas. 12Entraram em aliança de buscarem ao Senhor, Deus de seus pais, de todo o coração e de toda a alma; 13e de que todo aquele que não buscasse ao Senhor, Deus de Israel, morresse, tanto o menor como o maior, tanto homem como mulher. 14Juraram ao Senhor, em alta voz, com júbilo, e com clarins, e com trombetas. 15Todo o Judá se alegrou por motivo deste juramento, porque, de todo o coração, eles juraram e, de toda a boa vontade, buscaram ao Senhor, e por eles foi achado. O Senhor lhes deu paz por toda parte.
16O rei Asa depôs também a Maaca, sua mãe, da dignidade de rainha-mãe, porquanto ela havia feito a Aserá, uma abominável imagem; Asa destruiu-lhe a imagem, que, feita em pó, queimou no vale de Cedrom. 17Os altos, porém, não foram tirados de Israel; todavia, o coração de Asa foi perfeito todos os seus dias. 18Trouxe à Casa de Deus as coisas consagradas por seu pai e as coisas que ele mesmo consagrara: prata, ouro e objetos de utilidade. 19Não houve guerra até ao trigésimo quinto ano do reinado de Asa.

Mateus 7.15-20
Os falsos profetas
15Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. 19Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

1 João 3.4-10
4Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. 5Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. 6Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.
7Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. 9Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. 10Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.

1 João 5.18
Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca.
1 Coríntios 5.1-4
A impureza da igreja de Corinto. Repreensões e exortações
1Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. 2E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? 3Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, 4em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, 5entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus].

Queridos irmãos:
Os textos acima foram lidos, nesta ordem, no último domingo, dia 28 de agosto de 2011, numa palavra de exortação a todos nós, membros da PIBFR.
Algumas considerações:
Estamos em tempos de santificação e consagração. O Espírito Santo tem convocado sua Igreja à busca de Santidade. Nós da PIBFR, desde o início de ano, estamos nessa busca, intensificados agora, com a campanha de 40 dias de Jejum e Oração pela igreja;

O Senhor Jesus está trazendo a tona pecados escondidos. Máscaras estão caindo e crentes em Jesus estão sendo (e serão) confrontados em suas práticas pecaminosas;

Nossa igreja é repleta de pecadores, a começar do seu líder espiritual. E sempre haverá em seus bancos e corredores espaço para pecadores, que queiram mudar de vida, viver como discípulos de Jesus, andando em santidade, em arrependimento constante de seus pecados;

Sempre transmitiremos aos nossos irmãos graça e misericórdia (pois do Senhor, também as recebemos) quando caírem em pecados, sempre prontos a perdoar e ajudar no crescimento e caminhada na fé cristã.

Porém, não toleraremos a prática do pecado entre nossos membros. Atos e práticas pecaminosos na vida de nossos membros serão tratados com exortação e disciplina, assim como a exclusão do corpo de Cristo (como ocorreu em assembleia neste domingo), entregando tal membro à Satanás, para que possa ser disciplinado por ele, conforme orientação de Paulo aos coríntios.

Sempre é tempo para arrependimento e mudança de vida. A graça é-nos estendida a todo momento. Devemos aceita-la e ter a prática da confissão de pecados (1João 1.9)

Conclamo que todos nós:
Oremos uns pelos outros, principalmente pelos fracos na fé;
Busquemos a Santidade pelo Espírito Santo, através da sua Palavra;
Vigiemos, para que, quem estiver em pé, cuidado para não cair.

Vejo que é tempo de uma reforma espiritual em nossa igreja, promovida por Jesus (dono dela e maior interessado), através do Espírito Santo. Vamos continuar firmes, pois esse propósito vem dos Céus. Não desanimemos. Deus Abençoe ricamente sua vida.

Autor: Pastor  Lucas Ferreira
Primeira Igreja Batista de Franco da Rocha

Amazing Grace - Hino Interpretado

Amazing Grace - Surpreendente Graça


"Tudo é possível ao que crê" (Marcos 9:23)

É bem conhecido o fato de que John Newton, autor do hino "Amazing Grace" (Surpreendente Graça) antes de entregar sua vida para Cristo, era capitão de um navio que transportava escravos da África Ocidental para a Inglaterra e América.
O que nem todos sabem é que Newton continuou no negócio escravo ainda por algum tempo. A única diferença é que passou a tratar da sua carga humana com mais compaixão. Só mais tarde Deus abriu seus olhos para os horrores de seu comércio e ele tornou-se um pastor, pregando com zelo contra a escravidão ilegal no Império Britânico. Deus lida com cada um de nós de forma diferente. Com John Newton houve um processo gradual de amadurecimento espiritual até que se transformasse no homem que Deus desejava que fosse.
É surpreendente a graça com que Deus trata com todos nós. Ele transforma o grande pecador em alguém que busca santificar sua vida e engrandecer o nome do Senhor. Ele nos tira da agonia de uma grande tempestade e nos coloca seguros em um mar de calmaria e bonança. Ele nos livra das densas trevas e nos faz caminhar sob a luz de um sol vivificante. Ele nos liberta do "nada" e nos faz regozijar com o "tudo". Tudo é possível ao que crê e não há circunstância que tire a nossa alegria.
Às vezes julgamos demorada a nossa bênção. Às vezes a nossa mudança tarda um pouco. Mas, a bênção sempre vem. Newton demorou um pouco a experimentar a "surpreendente graça" do Senhor Jesus, mas ela chegou, fez dele um novo homem, uma bênção plena e verdadeira. O velho homem Newton era ligado à escravidão, mas, o novo homem Newton entregou a vida pela libertação de todos os perdidos -- tanto os da raça negra como de todas as demais.
Se a sua vida ainda não foi completamente transformada, confie no Senhor. Se a sua bênção está demorando um pouco, creia no Senhor. A maravilhosa graça de Deus alcança a todos e logo virá para encher seu coração. Amém!

Autor:Paulo Roberto Barbosa

Chique é crer em Deus!

Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos dias de hoje.
A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente,
não estão à venda. Elegância é uma delas.
Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou um closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo carro Italiano...
O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.
Chique mesmo é quem fala baixo.
Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.
Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.
Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuações inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.
É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.
Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador.
É lembrar-se do aniversário dos amigos.
Chique mesmo é não se exceder jamais!
Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.
Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor.
É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.
Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!
Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico...
Quando se pretende corrigir o caráter, não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão, intolerância, ateísmo, falsidade...
Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, que se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo.
Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.
Lembre-se: o Diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!
Porque, no final das contas, chique mesmo é crer em Deus!
Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, amor e fé nos tornam humanos!
Autora: Glória Kalil

O silêncio que traz respostas

O melhor é ter esperança e aguardar em silêncio a ajuda do Senhor.
E é bom que as pessoas aprendam a sofrer com paciência desde a sua juventude.
Quando Deus nos faz sofrer, devemos ficar sozinhos, pacientes e em silêncio.
Devemos nos curvar, humildes, pois ainda pode haver esperança. (Lamentações 3.26-29 - NTLH)

O Sofrimento sempre será tema para muitas e muitas linhas de estudo e pensamentos, ou horas e mais horas de sermões e palestras. Principalmente quando queremos achar um culpado para o nosso sofrimento e mais ainda, quando direta ou indiretamente achamos que esse culpado é Deus.
Não quero aqui tecer comentário, considerações, tópicos ou teses sobre o porquê do sofrimento.
Lendo Jeremias e suas lamentações, muito me chamou a atenção o capítulo 3. Quase sempre sabemos de algum capítulo por conta de algum versículo “famoso”. Nesse caso, o vs. 23, 24: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a sua fidelidade” (versão Revista e Atualizada). Mas ao lermos todo o capítulo, observaremos algumas palavras até mesmo duras que o profeta profere contra o Senhor em seu lamento, como “golpes da ira de Deus” ou “com a sua mão, me bateu muitas vezes, o dia inteiro”.
Jeremias está lamentando a ida do povo ao cativeiro. Este mesmo povo que o perseguiu, que não aceitou sua mensagem e que por várias vezes tentou matá-lo. Ele chora, lamenta o castigo de Deus diante do seu povo.
Se lembrarmos da história de idolatria do povo de Israel, perceberemos que era o momento do tratar divino com seu povo. Assim também é conosco, muitas vezes, quando nos afastamos de Deus, quando enchemos nossos corações com idolatrias dos tempos modernos. Podemos receber a disciplina do nosso Pai Celestial.
Não quer dizer que todo o sofrimento é fruto da ira divina. Muitas vezes pode ser meramente obra do nosso pecado, ou do mundo que vivemos, pois ele “jaz no maligno”. Mas independente do motivo do sofrimento que passamos, sabemos que ele tem a permissão de Deus, e alguma mensagem Ele quer transmitir a nós. Então, é aí que temos um problema: revoltamo-nos contra Deus e tapamos nossos ouvidos para não ouvir o que Ele tem a nos dizer. Como uma criança malcriada e mimada, que tapa o ouvido e começa a gritar quando lhe tem um pedido negado, sempre nos pegamos em fazer algum tipo de barulho quando estamos sofrendo. Quer seja de murmuração, de indignação, de revolta, de perguntas (por que eu, Senhor, porque?). Assim é o ser humano. Assim somos nós (nossa natureza rebelde – quem somos nós para exigir satisfação de Deus?).
Você verá o profeta Jeremias fazendo um grande lamento desde o primeiro versículo até o versículo 20, quando ele nos dá, a partir do versículo 21, uma dica de como devemos nos comportar diante do sofrimento, seja ele qual for: aguardar em silêncio a ajuda do Senhor... devemos ficar sozinhos... em silêncio...
É nesse ponto que Deus quer que cheguemos: quietude para ouvir sua voz e sua mensagem para nós mediante as lutas e o sofrimento. Humildade e humilhação em saber e reconhecer que Ele é e sempre será Deus independente de nós (parar de agir como um cavalo indomado, lutando contra seu domador). Reconhecimento da nossa parte e adoração de que Ele é o único e verdadeiro Deus.
Penso que em dias de constante agitação, falta-nos tempo para ouvir a voz do Senhor. E muitas vezes Deus usa o expediente do sofrimento (desde uma enfermidade a um longo período de desemprego), para nos aquietar e fazer com que ouçamos sua voz. Posso afirmar a você, querido(a) irmão(ã), que é doloroso lutar contra Deus, mas é prazeroso parar e ouvir sua voz. Entender o que Ele quer nos dizer no meio do sofrimento.
Nosso grande orgulho somente será quebrado com o fogo do sofrimento. E então, devemos nos humilhar e curvar diante desse poderoso Deus. O silêncio e obediência em ouvir a voz de Deus, o que Ele quer de nós, consola nossa alma. Traz paz! E o melhor: traz esperanças, pois o próprio profeta, como que num lance de se lembrar de quem é Deus, começa a declarar os mais lindos atributos do nosso Pai: “o amor do Senhor Deus não se acaba”; “sua bondade não tem fim”; “O Senhor é bom para todos os que confiam nele”; “Grande é a fidelidade do Senhor”; “O Senhor não rejeita ninguém para sempre”.
Quero desafiar você, querido(a) irmão(ã) a buscar esse momento de silêncio diante do Senhor. Leia todo o capítulo 3 de Lamentações. Deixe o Espírito Santo ministrar em sua vida essa porção da Palavra. E não se esqueça: o Senhor quer ter esse momento de silêncio com você!
Agora, é a sua vez!
Pastor Lucas Ferreira
Primeira IGREJA BATISTA de Franco da Rocha

O cirurgião que encontrou a Jesus no coração de uma criança

- Amanhã de manhã eu vou abrir o teu coração. Explicava o cirurgião para uma criança.
 E a criança o interrompeu:
- Você encontrará Jesus ali? 
O cirurgião olhou para ela, e continuou:
- Eu vou cortar uma parede do teu coração para ver o dano completo. 
- Mas quando você abrir o meu coração encontrará Jesus lá? A criança voltou a interrompê-lo. 
O cirurgião se voltou para os pais, que estavam sentados em silêncio. 
- Quando eu tiver visto todo o dano causado, planejaremos o que fazer em seguida, ainda com teu coração aberto.
- Mas você encontrará Jesus em meu coração? A Bíblia diz claramente que Ele mora ali. Todos que acreditam Nele dizem que Ele vive ali...
Então você vai encontrá-lo no meu coração!
O cirurgião pensou que era suficiente e lhe explicou: 
- Após a operação, te direi o que encontrei em teu coração, de acordo?
Eu tenho certeza que encontrarei músculo cardíaco danificado, baixa resposta de glóbulos vermelhos, e fraqueza nas paredes e vasos. E, além disso, eu vou concluir se posso te ajudar ou não.
- Mas você encontrará Jesus ali também? É sua casa, Ele vive ali, sempre está comigo.
O cirurgião não tolerou mais os comentários insistentes e se foi. Em seguida, ele se sentou em seu consultório e começou a gravar seus estudos prévios para a cirurgia: aorta danificada, veia pulmonar deteriorada, degeneração muscular cardíaca massiva. Sem possibilidades de transplante, dificilmente curável. 
Terapia: analgésicos e repouso absoluto.
Prognóstico: fez uma pausa e em tom triste disse:
- Morte nos primeiros anos de vida.
Então, parou o gravador.
Mas tenho algo a mais a dizer:
- Por quê? Perguntou em voz alta.
Por que acontecer isso com ele? O Senhor a colocou aqui, nessa dor e já a havia condenado a uma morte precoce. Por quê?
De repente, Deus, nosso Criador respondeu: 
O menino, minha ovelha já não pertencerá a teu rebanho, porque ele é parte de mim e comigo estará por toda a eternidade. Aqui no céu, em meu rebanho sagrado, já não terá nenhuma dor, será consolado de uma forma inimaginável para ti ou para qualquer outra pessoa. Seus pais, um dia, se unirão com ele, conhecerão a paz e a harmonia juntos em meu reino e meu rebanho sagrado continuará crescendo. 
O cirurgião começou a chorar muito, mas sentiu ainda mais raiva, não entendia as razões. E replicou:
- Tu criaste este menino, e também seu coração para quê? Para que morresse em poucos meses?
O Senhor lhe respondeu:
- Porque é tempo de regressar ao seu rebanho, sua missão na terra já se cumpriu. Há alguns anos atrás enviei uma ovelha minha com dom de médico para que ajudasse a seus irmãos, mas com tantos conhecimentos na ciência se esqueceu de seu Criador. 
Então enviei outra de minhas ovelhas, o menino enfermo, não para perdê-lo, e sim para que a ovelha perdida haja tanto tempo, com dotes de médico volte para mim. 
Então o cirurgião chorou e chorou inconsolavelmente.
Dias depois, após a cirurgia, o médico sentou-se ao lado da cama do menino, enquanto seus pais estavam à frente do médico.
O menino acordou e murmurando rapidamente perguntou:
- Abriu meu coração?
- Sim. Disse o cirurgião.
- O que encontrou? Perguntou o menino.
- Tinha razão, reencontrei Jesus ali.
Deus tem muitas maneiras diferentes para que você volte para o seu lado.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A experiência de Deus no deserto


Muita coisa tem sido dita sobre deserto espiritual no nosso meio, mesmo assim fica a dúvida sobre o lugar dessa experiência na vida cristã. O deserto é uma exceção na vida com Deus ou algo que todos teremos de passar? Antes de responder esta pergunta, vamos olhar o deserto na Bíblia: não foram poucos os personagens bíblicos que passaram pela experiência de Deus no deserto, muitos homens e mulheres viveram a terrível sensação de ausência ou do silêncio de Deus: Elias viveu a amargura do medo e da frustração no deserto; Moisés passou 40 anos acreditando que nada mais iria acontecer na sua trajetória como libertador; Jó viveu na carne a experiência de se sentir abandonado por Deus; e Jesus, do alto da cruz, deu um brado: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Além desses relatos, na nossa própria caminhada cristã, passamos, muitas vezes, por essa sensação de abandono, perdemos o sabor da vida, o que nos alegrava passa a não alegrar mais, a música, o sermão, a leitura da palavra e a oração, tudo parece sem sentido e estafante. Esses sintomas podem surgir em vários momentos da nossa vida, talvez por causa do cansaço físico e mental, uma doença, o fim de um relacionamento amoroso, estresse e tantos outros motivos. Mas o deserto espiritual tem algumas particularidades.

Na solidão do deserto o nosso coração de pedra se transforma em carne, o coração fechado se abre a todos os sofredores num gesto de amor e solidariedade. Mas, olhando de longe os inúmeros acontecimentos que atingem uma pessoa no deserto, sentimo-nos compelidos a fugir dele. Vivemos com se nenhum mal fosse nos atingir, e incorporamos palavras de ordem, que dizem: “somos filhos do Rei”, “ora que melhora”, e falamos com a força dos nossos pulmões: “tudo posso naquele que me fortalece”. Nada disso é mentira, no entanto, quando nos vemos em apuros, essas frases passam a não fazer mais sentido e algumas coisas acontecem: ou nos sentimos abandonados por Deus ou pensamos que os nossos pecados nos afastaram dele. Lembremos de Jó: não foi o seu pecado o responsável pelo seu sofrimento.

Mas parece que a experiência do patriarca nos traz ainda mais angústias: não nos sentimos a altura dele e por isso achamos que todo o nosso sofrimento é resultado dos nossos pecados.

Perguntamo-nos: onde eu errei? O que eu fiz para merecer tamanho castigo? Sentimo-nos abandonados. Achamos que nos perdemos de Deus e que já não somos mais objeto do seu amor.

Queremos viver somente alegrias, mas não podemos evitar, quando menos esperamos experimentamos uma aridez espiritual e concluímos que o que está nos acontecendo é o que muitos chamam de deserto. Os pais do deserto, pelo menos, fizeram esta escolha livremente, mas a nós parece que essa opção não é dada. Para os contemplativos, no entanto, a experiência do deserto deve ser recebida com agrado, do mesmo modo que uma pessoa enferma receberia com bons olhos a noticia de uma cirurgia que promete saúde e bem-estar. Isso não que dizer que o cristão deva ser alguém que sai pelo mundo em busca do desprazer e de desgraças, não é sobre isso que estamos falamos. O que queremos dizer é que na caminhada com Deus vamos experimentar sensações de abandono, dores e fracassos, e isso não tem nada a ver com os nossos pecados. Não foi assim com Ana, Jó, Paulo e tantos outros?

Mas, como conciliar o deserto com um conceito de espiritualidade que não tem lugar para dor e o sofrimento? Como conciliar a imagem de uma vida próspera e abençoada com a experiência do silêncio de Deus?

Na vida contemplativa, o deserto sempre teve o seu lugar. Nos primeiros séculos da Era Cristã, muitos homens e mulheres foram literalmente para o deserto em busca de um encontro com Deus através da solidão, do silêncio e da oração. Antão, Agatão, Macário, Poemem, Teodora, Sara e Sinclética foram líderes espirituais no deserto. “Sem esse deserto, perdemos nossa alma enquanto pregamos o evangelho”. Todos os contemplativos viveram a realidade do Deus Absconditus*, mas foi João da Cruz, monge carmelita do século XVI, quem desenvolveu uma tradição contemplativa sobre a noite escura da alma, ou noite dos sentidos. Quando vires teus desejos apagados, tuas afeições na aridez e angústias, e tuas faculdades incapazes de qualquer exercício interior, não sofram por isso; considera-te feliz por estares assim. É Deus que te vai livrando de ti mesmo, e tirando-te das mãos todas as coisas que possuis.

Na noite dos sentidos, somos convidados a sermos todos de Deus. Nesta vida, o homem não se une a Deus por meio daquilo que entende, goza ou imagina, nem por alguma coisa que os sentidos ofereçam; mas unicamente pela fé... Somos chamados a experimentar o silêncio de amor, a nos calarmos diante do inefável, e a pormos a atenção amorosamente em Deus, sem ambição de querer sentir ou entender coisa alguma particular a seu respeito. Na noite escura dos sentidos, somos convidados à comunhão da dor de Cristo. De acordo com o teólogo alemão Jürgen Moltmann, no centro da fé cristã está à história da Paixão de Cristo. No centro dessa paixão está a experiência de Cristo abandonado por Deus. Pare ele, ou isso representa a ruína da fé humana no criador, ou o surgimento de uma Fé em Deus que não é possível de ser destruída por nada. Não mais uma fé que dependa de resultados, de sentir calafrios, que dependa da emoção, não mais uma fé que precisa de formulações inquestionáveis, mas uma fé descansada, porque o amor não cansa e nem se cansa. Uma fé que se abandona nas mãos de Deus e se deixa levar por ele. A experiência de Deus no deserto é a experiência do despojamento que nos leva a amar a Deus sobre todas as coisas, mesmo diante da dor e do sofrimento. Por que Deus permite o sofrimento não sabemos, mas, para Multmann, mesmo que soubéssemos isso não nos ajudaria a viver. Se descobrirmos, no entanto, onde está Deus e experimentarmos sua presença no nosso sofrer, encontrar-nos-emos na fonte de onde brota a vida novamente.

Na noite escura, aprendemos a amar a Deus por ele mesmo, não por aquilo que ele pode fazer ou deixar de fazer por nós. Lá, nada faz sentido, e é no sem sentido que encontramos a verdadeira paz. Profunda é a luta na noite contemplativa, mas é igualmente muito profunda a paz que se espera. E, se a dor espiritual é intima e penetrante, o amor que se há de alcançar é também íntimo e puro.
=O sofrimento e a dor não devem ser entendidos, neste sentido, como resultado do nosso afastamento de Deus, muito pelo contrário, podemos nos sentir amados mesmo diante da dor e da aflição. Mas é muito difícil perceber o amor de Deus diante do sofrimento e da aridez espiritual, porque estamos comprometidos com uma falsa ilusão do que seja esse amor por nós. Coisificamos o nosso amor por Deus, só nos sentimos amados quando a nossa vontade é satisfeita. Se as nossas orações não são respondidas, pensamos que Deus não nos ama. Se não nos emocionamos no culto é porque falta unção, dependemos dos resultados para experimentamos Deus. No deserto, somos privados de tudo, dos resultados e da emoção, só restam dúvidas, é aí, que o conceito de Hebreus, começa a fazer sentido, a Fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem (Hebreus 11:1). Na noite escura, ficamos livres da nossa excessiva dependência de resultados interiores e exteriores lá nada acontecem só Deus basta

Nesta noite escura, aprendemos a nos despojar de uma falsa imagem de Deus, o Deus que era o nosso provedor, passa ser também o consolador, o Deus que servia apenas de alívio para as nossas neuroses do cotidiano, passa ser o nosso companheiro de amor. Na noite escura, tudo muda. Aqui temos um verdadeiro encontro de amor, onde nada mais é importante. Se formos abandonados, amamos assim mesmo, se nossas orações não são respondidas, não deixamos de amar por causa disso.
Nesta noite dos sentidos, mesmo sem sentir, somos transformados. O progresso da pessoa é maior quando ela caminha às escuras e sem saber. Aprendemos a amar a Deus como ele deseja ser amado. É amar sem querer possuir o objeto do nosso amor, é amar sem reduzir a Deus a uma idéia ou a uma lâmpada de Aladim. É amar uma pessoa, que misteriosamente é três.

Sobre a pergunta: o Deserto é uma exceção na vida com Deus ou algo que todos teremos de passar? Podemos respondê-la da seguinte maneira: talvez, nem todos os cristãos passem pelo deserto, mas todos aqueles que passarem irão experimentar a purificação dos sentidos. Para a pessoa crescer na contemplação até chegar á união com Deus, deverão ficar de lado, em silêncio, todos os meios e exercícios sensíveis das faculdades humanas. Só assim poderá o Senhor infundir nelas o sobrenatural, pois a capacidade natural não consegue chegar tão alto. Aqui entendemos que só podemos encontrar Deus no silêncio, na solidão e na oração. O nosso objeto de desejo é livre para ir e vir, quando desejar. Não ficamos tão dependentes de sentir a sua presença. Já sabemos onde ele está.

A idade dos personagens bíblicos


A idade dos personagens bíblicos tem deixado muitas pessoas intrigadas, porque são tentadas a pensar que os homens não viveram tanto tempo como a Bíblia diz e isso se deve a falácia de que a forma de contar os anos era diferente da nossa e também de que era impossível alguém viver centenas de anos. Longe de mim está a tentativa de esgotar o assunto, mas a meu ver nenhuma das duas é consistente o suficiente para dar-lhes crédito. Dessa forma, tecerei alguns comentários e enfocarei o assunto sob o ponto de vista bíblico literal.

Não podemos esquecer que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26), e o propósito de Deus, era que o homem vivesse eternamente à partir do sopro de vida sobre Adão formado do pó da terra (Gn 2:7). Colocou-o no Jardim do Éden e deu-lhe a seguinte ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gn 2:16-17). Em que pese o homem ter desobedecido a Deus, enganado que foi por Satanás, não morreu no dia em que pecou conforme estava ordenado literalmente no texto. Ocorre que para Deus mil anos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite (Salmo 90:4). O apóstolo Pedro em sua Segunda Epístola, chama à atenção para este fato dizendo: - “Há, todavia, uma coisa, amados, que não devemos esquecer: que, para  o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (II Pe 3:8). Como nenhum dos personagens bíblicos viveu mais de mil anos, deduzimos naturalmente que o homem morreu realmente no mesmo dia em que pecou. A existência humana que inicialmente estava prevista para ser eterna sobre a terra, perdeu este privilégio, por causa do pecado. Agora, tanto homem quanto mulher, estavam destinados a ter a vida terrena de modo passageiro. Quer dizer: - “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”, não se cumpriu de imediato e literalmente, mas a morte passou a existir e a vida do ser humano passou a ser passageira na terra.

Nos primórdios, o homem vivia muito mais e acreditamos que fatores climáticos; qualidade de vida; inexistência de doenças; e necessidade de um mundo habitado postergava a vida. Acrescente-se  a esses fatores o desejo de Deus por um mundo habitado: - “... Sede fecundos multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a”. (Gn 1:28). E, o envolvimento direto que os primeiros seres humanos tiveram com Deus. Tudo isso fazia com que a vida dos primeiros homens fosse centenária. Deus falava e conversava com muitos deles. Primeiro com Adão, depois com Caim, com Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moises e com os profetas. Deus falava e os ouvia. Deus na sua misericórdia e na sua soberania aprouve dar centenas de anos de vida aos primeiros homens, com o propósito de colocar em prática o projeto de salvação. 

Os personagens bíblicos viveram conforme está descrito literalmente nos textos. Não podemos dar tratamento diferente ou imaginarmos que a contagem dos anos era diferente da de nossos dias. É evidente que o nosso calendário é diferente, mas o tempo contado é o mesmo. Não podemos diferenciar tempos de idades dentro de um mesmo livro da Bíblia. Dentro de livros diferentes no Antigo Testamento nem no Novo Testamento. Nem ser tentado a imaginar, que com o decorrer do tempo em épocas diferentes a contagem teria sido diferente. Não temos argumentos para contrariar a forma de contar os anos de vida dos personagens bíblicos nos quatro mil anos que decorreram entre Adão e Jesus, usando dois pesos ou duas medidas. Vamos encontrar na Bíblia personagens que viveram muito e personagens que viveram pouco.

Já vi, argumento do tipo que dizia que no mínimo a idade dos personagens bíblicos deveria ser dividida por dez. Simplesmente um engano e uma contradição. Se assim o fosse, como ficaríamos no texto em que Sara esposa de Abraão é considerada velha para ter um filho? Vejamos: Sara tinha noventa anos e foi considerada velha (Gn 17:17). Perfeito. Se dividíssemos a sua idade por dez, ela teria nove anos. Nove anos! Simplesmente uma criança e não uma velha. Logo, concluímos que Sara tinha a idade que a Bíblia relata. E ela era de idade avançada mesmo. Ela tinha noventa anos. Abrimos aqui um parêntese, para dizermos que não estamos questionando a sua capacidade de gerar um filho aos noventa anos. Deus em sua soberania o prometeu e o cumpriu. Ora, o que Sara imaginou ser impossível, Deus o fez possível e ela deu à luz a Isaque  Estamos questionando apenas a idéia de dividirem-se as idades por dez, o que é absolutamente inconsistente. No mesmo texto, lemos que Abraão contava com cem anos. Se dividíssemos a sua idade por dez, acharíamos 10 anos. Logo, Abraão seria uma criança e não um ancião como foi a sua alegação na oportunidade.    

Recentemente, a mídia divulgou, que na Índia, uma senhora de setenta e dois anos de idade deu à luz a um filho e estava passando bem. Ora, já se passaram dezenas e dezenas de séculos depois de Sara, no entanto vemos uma anciã procriando. Isso só corrobora para reforçar os argumentos de que não era impossível termos homens vivendo tantos anos e mulheres procriando a semelhança do que lemos nos textos bíblicos.    

No presente século, muitas e muitas pessoas viveram e estão vivendo acima dos cem anos de idade. Isto significa quase quinze por cento to tempo de vida para os personagens bíblicos, que viveram em torno de novecentos anos. O que é compreensível, partindo-se do ponto de vista de que houve perda da qualidade de vida motivada por doenças, maus hábitos alimentares, vícios, etc. Através dos séculos que nos separam dos homens centenários. Quero dizer que através dos séculos os homens diminuíram vertiginosamente o seu tempo de vida. Houve épocas como na idade média que este tempo de vida foi ainda menor, por causa de guerras, conflitos, doenças etc. Hoje já se fala em uma maior expectativa de vida em decorrência da busca incessante da ciência por qualidade de vida que possa resultar em maior tempo de existência do homem, ao que se tem chamado de longevidade. Recentemente, a mídia divulgou que os cientistas chegaram à conclusão de que é possível ao homem chegar a viver em torno de duzentos anos, desde que conte  com condições favoráveis desde o início de suas vidas. Obedecendo a determinados padrões de qualidade de vida etc. Esta possibilidade em nossos dias guarda coerência com a existência centenária de vida que foi possível ao homem nos primórdios.  

Nos Salmos 90:10 Davi diz: - “A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam há oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos sobre a idade do homem.”. Isto há cerca de  quatro mil anos. Na verdade não mudou muito através dos séculos até nossos dias, estamos mais ou menos na mesma situação a partir do escrito de Davi.

A forma de contar os anos guardou coerência entre as informações constante nos textos e em livros bíblicos diferentes.

Em Gn 5:3. Temos que: -  “Adão [viveu] cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete.

Em Gn 5:5 “Todos os dias que Adão [viveu] foram novecentos e trinta anos; e morreu.”

Em Gn 5:6 “Sete [viveu] cento e cinco anos, e gerou a Enos”. Sendo que: “Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos; e [morreu]” (Gn 5:8).

Em Gn 5:9 “Enos [viveu] noventa anos, e gerou a Quenã”, sendo que:” [Viveu] Enos, depois que gerou a Quenã, oitocentos e quinze anos; e gerou filhos e filhas. Gn 5:11 “Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos; e [morreu]”.

Em Gn 5:12 “Quenã [viveu] setenta anos, e gerou a Maalalel. Sendo que: “Todos os dias de Quenã foram novecentos e dez anos; e [morreu]” (Gn 5:14).

Em Gn 5:15 “Maalalel [viveu] sessenta e cinco anos, e gerou a Jarede. Sendo que: “Todos os dias de Maalalel foram oitocentos e noventa e cinco anos; e [morreu]”, (Gn 5:17).

Em Gn 5:18 “Jarede [viveu] cento e sessenta e dois anos, e gerou a Enoque”. Sendo que: “Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e [morreu]”. (Gn 5:20)

Em Gn 5:21 “Enoque [viveu] sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém

Em Gn 5:22 “Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Matusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas”.

Em Gn 5:23 “Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos”. A Bíblia não diz que este homem morreu. Mas, diz que ele andou com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si (Gn 5:24). Por isso no meio desta genealogia em que todos estavam vivendo acima de novecentos anos, Enoque viveu cerca de um terço da idade dos demais, porque Deus para si o tomou e ele não morreu. Em continuação, temos:  

Em Gn 5:25 “Matusalém [viveu] cento e oitenta e sete anos, e gerou a Lameque”. Sendo que: “Todos os dias de Matusalém foram novecentos e sessenta e nove anos; e [morreu]” (Gn 5:27).

Em Gn 5:28 “Lameque [viveu] cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho.”
Em Gn 5:31 “Todos os dias de Lameque foram setecentos e setenta e sete anos; e [morreu].

Em Gn 9:29 “E foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos; e [morreu]”.

A partir daqui o texto suspendeu o relato de “...e foram todos os dias...”, por isso não teremos o total dos anos de vida dos personagens seguintes, a saber:

Em Gn 11:11 “E [viveu] Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos; e gerou filhos e filhas”.

Gn 11:12 Arfaxade [viveu] trinta e cinco anos, e gerou a Selá.

Gn 11:14 Selá [viveu] trinta anos, e gerou a Eber.

Gn 11:16 Eber [viveu] trinta e quatro anos, e gerou a Pelegue.

Gn 11:18 Pelegue [viveu] trinta anos, e gerou a Reú.

Gn 11:20 Reú [viveu] trinta e dois anos, e gerou a Serugue.

Gn 11:22 Serugue [viveu] trinta anos, e gerou a Naor.

Gn 11:24 Naor [viveu] vinte e nove anos, e gerou a Tera.

Gn 11:26 Tera [viveu] setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor e a Harã.

A seguir o texto bíblico passou a descrever novamente o total de anos vivido pelos personagens, que passou  a ser bem menor que os anteriores, assim:

Em Gn 11:32 “Foram os dias de Tera duzentos e cinco anos; e [morreu] Tera em Harã.”

Em Gn 25.7 “Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que ele [viveu]: cento e setenta e, cinco anos.”

Depois que gerou a Isaque, Abraão viveu mais 75 anos.

Gn 47:28 “E Jacó [viveu] na terra do Egito dezessete anos; de modo que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.”

Gn 50:26 “Assim [morreu] José, tendo cento e dez anos de idade; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito”.

Números 33:39 “E Arão tinha cento e vinte e três anos de idade, quando [morreu] no monte Hor.”

Deuteronômio 34:7 “Tinha Moisés cento e vinte anos quando [morreu]; não se lhe escurecera a vista, nem se lhe fugira o vigor.”

Josué 24:29 “Depois destas coisas Josué, filho de Num, servo do Senhor, [morreu], tendo cento e dez anos de idade;”

Nesta genealogia, apresentada nos livros mencionados, os anos das idades de existência dos personagens bíblicos, decresceram através dos séculos. Assim, Matusalém, um dos primeiros na genealogia viveu novecentos e sessenta e nove anos (Gn 5:27).

A partir do dilúvio a expectativa de vida dos personagens caiu para menos que duzentos anos. Noé foi o último a viver mais de novecentos anos.

Pelo exposto não podemos atribuir interpretações diferentes para o tempo de existência dos personagens bíblicos. É o Gênesis que narra às idades acima de novecentos anos. É no Gênesis que Sara tem noventa anos quando engravida tendo Abraão cem anos. É no Gênesis que os descendentes de Noé passam a viver menos de duzentos anos. Na verdade, mais próximo de cem anos do que de duzentos propriamente ditos. Nas narrativas dos cinco Livros da Lei ou Pentateuco, constatamos coerentemente que os homens tiveram literalmente os anos de vida que a Bíblia diz ter. Não poderíamos jamais dar interpretações diferentes para a forma de contar os anos, quer pareçam muito ou pouco e jamais dividi-los para adequá-los a nossa cosmovisão atual.

Pelos dados dos últimos textos mencionados, as idades dos personagens já se achavam bastantes próximas das que vimos em nossos dias: José, Arão, Moisés e Josué  viveram entre cento e dez e cento e vinte e três anos.

O último relato bíblico a cerca da idade total de um de seus personagens é a de Josué que viveu cento e dez anos (Josué 24:29). A partir daí é omitido este tipo de informação no restante dos livros tanto no Antigo, como no Novo Testamento.

Há muitas outras passagens a respeito de tempos em anos mencionados no Antigo Testamento, mormente com relação aos tempos de governo dos Reis e outros, que não seria necessário recorrerem para reforçar o nosso argumento, porque chegaríamos às mesmas conclusões. Os tempos relativos às idades dos personagens bíblicos são ricos em informações e relatos que foram suficientes para darmos luz ao assunto. Para tanto, bastou à observância da genealogia dos primeiros personagens e a coerência com as demais citações dentro da Bíblia, principalmente no Antigo Testamento.

Fonte: Augusto Bello de Souza Filho - Bacharel em Teologia