quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Dilma toma posição: ela é contra união de gays e aborto

O DIA ONLINE - 14.10.10 às 01h46

Candidata à Presidência se reúne com parlamentares e líderes evangélicos e se compromete a deixar sua opinião registrada em uma carta à população

Brasília - A 18 dias das eleições, a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) se comprometeu a assinar uma carta aberta à população deixando clara sua posição contra o aborto e o casamento entre homossexuais. A decisão foi tomada depois que ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram de uma reunião de quase uma hora com líderes evangélicos, em Brasília.

Dilma prometeu que, se eleita, não vai mandar para o Congresso e nem sancionar projetos de lei que mudem a atual legislação em relação ao aborto e ao casamento de homossexuais.

“Não vamos enviar nenhuma lei deste tipo para o Congresso com relação a lei do aborto e outras. Ficamos de discutir os termos de uma carta compromisso. Agora, o grande compromisso que assumo é que o Estado é laico e não vai interferir em questão religiosa. O Estado não será uma religião”, disse Dilma.

A reunião foi organizada pelo ex-bispo e senador reeleito Marcelo Crivella (PRB), que, procurado pela petista após o resultado do primeiro turno, prometeu liderança frente aos evangélicos para angariar votos e agir para combater boatos que tentam fazer os eleitores acreditarem que Dilma é a favor do aborto.

“Vamos tratar de desmistificar todos esses boatos que estão penetrando as igrejas e enganando pessoas crédulas e bem intencionadas. Esta onda de boatos não constrói o Brasil. Ao contrário, pode até trazer um cisma, o ódio entre as religiões, que é o que a gente menos quer”, afirmou Crivella. Ele contou que lideranças religiosas darão testemunho em defesa da candidatura de Dilma.

Ao falar do Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a homofobia, a petista fez questão de ressaltar que é necessário respeitar os dogmas das igrejas e não exigir que seus seguidores aceitem um posicionamento contrário ao que eles acreditam.

“A união civil diz respeito ao direito civil dos cidadãos. Outra coisa é o casamento entre homossexuais ou quaisquer outras opções sexuais. Isso diz respeito às igrejas. Ninguém pode interferir nisso. Dentro das igrejas é problema das igrejas. Não posso dar direito a uns e tirar de outros. A parte relativa a condenar o preconceito contra o homossexual nós todos temos que endossar. Agora, a parte relativa a criminalizar as igrejas é um absurdo”, disse.

O presidente da Assembléia de Deus de Madureira, bispo Manoel Ferreira, que também participou do encontro, disse que sua denominação religiosa vai agir com veemência contra a “‘cadeia de boataria”, orientando os fiéis nas igrejas.

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